Esta reune leigos e leigas. Trata-se de um movimento secular. Documentos, textos, temas de encontros insistem na secularidade da espiritualidade franciscana dos terceiros. Estamos na era dos leigos. A OFS não é um movimento apenas de pessoas piedosas, mas uma rede internacional de pessoas que vivenciam seu encontro com Cristo e sua fé no mundo. Fazem até uma promessa/profissão/compromisso de viver o Evangelho no coração das realidades terrestres. O lugar do franciscano secular é o grande mundo, o mundo das transformações sociais, culturais e religiosas.
Nem sempre os franciscanos seculares conseguem chegar a uma maturidade humana e cristã em sua qualidade de leigos. Os formadores procurarão fazer de sorte que eles não sejam clérigos ou religiosos disfarçados, mas leigos, verdadeiramente leigos. Um leigo maduro é aquele que assume o seu papel transformador na família, no ambiente em que vive, nas atividades da Igreja próprias à sua condição. Necessário refletir sobre o leigo nos documentos da Igreja. O Documento de Aparecida pode ser de muinta ajuda nesse sentido. Importante também que, nas reuniões, se use o método do ver, julgar e agir a fim de que todos possam ter espírito crítico deiante de uma realidade que precisa ser iluminada e transformada pela força do Evangelho, Evangelho esse professado como regra de vida dos seculares franciscanos.
Os franciscanos seculares precisam ser capazes de mostrar, através de atitudes e palavras, que não dão seu aval a uma sociedade consumista, exploradora dos pequenos, cultuadora do prazer e defensora de uma provisioridade que destrói o compromisso na vida. Queremos, de modo particular pela vida concreta da fraternidade à maneira de Francisco, lutar contra o individualismo que penetrou já no sacrário de nossa interioridade. Não somos mais seres fraternos.
O primeiro lugar do franciscano secular é sua família: esposo e esposa profundamente cristãos; educação dos filhos para uma vida digna, mas despojada, singela, franciscana; instauração da Igreja doméstica, casas onde as pessoas se interagem pelas pessoas, de modo especial os parentes mais necessitados e os visinhos que mais precisam. Sem uma família renovada e cristã o mundo dificilmente se transforma. No seio da família também se haverá de rever o delicado tema da sexualidade. Pensemos em família e pensemos em vizinhança.
Os franciscanos seculares trabalham de maneira diferente. Não visam apenas dinheiro e lucro. Trabalham para servir. Trabalham e lutam para que trabalhadores sejam respeitadoss em sua dignidade de homem, o mundo, a natureza, a água, o verde sejam respeitados e conservados. O serviço de preservação e cuidado pela natureza não é um luxo. Nossas Fraternidades estarão unidas a todos os esforços para a preservação do meio ambiente.
O lugar do franciscano secular é de modo especial onde estão os mais abandonados: doentes, idosos, pobres envergonhados, pecadores, pessoas que foram abandonadas por seus familiáres, minorias sofredoras. Todas as Fraternidades, dentro do possível, deveriam ter alguns dos seus membros cuidando dos mais carentes, sem pretenção de aparecer, de receber elogios e reconhecimento.
O lugar do franciscano é o mundo todo. Há terceiros nas cátedras das universidades, nas escolas de filosofia, no ateliê das costureiras, nos partidos políticos, na construção de prédios e abertura de estradas, trabalhando nas repartições públicas e nos balcões do comércio. Tudo é bom para quem ama a Deus seraficamente como Francisco. Duas atitudes haverão de acompanhar o franciscano no mundo: humildade-minoridade e espírito de fraternidade. Estas posturas tornam bela a vida franciscana secular.
A força e o vigor das reuniões da fraternidade ajudam na linha da descoberta da missão no mundo. O Assistente, de modo especial, haverá de ajudar os leigos a não se adaptarem aos esquemas do mundo. Com efeito, os que se deixam tocar pelo Evangelho de Jesus não pertencem ao mundo da concorrência doentia, da aparência, do lucro. Não se conformam com este mundo. São irmãos e irmãs da penitência. Levam a sério o caminho da conversão. Sabem que a conversão leva à vida.
Ler Documento de Aparecida números 65 e 469
Artigo de Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Revista Paz e Bem, pág. 10 - Novembro/Dezembro - 2009
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