Estando agora livre dos laços que o prendiam aos desejos terrenos, em seu desprezo pelo mundo, Francisco abandonou a cidade natal e procurou um lugar onde pudesse ficar a sós, alegre e despreocupado. Aí na solidão e no silêncio poderia ouvir as revelações secretas de Deus. Ia dessa forma pela floresta, alegre e cantando em francês os louvores do Senhor, quando dois ladrões surgiram do cerrado e caíram sobre ele. Ameaçaram-no e perguntaram quem ele era, mas ele respondeu corajosamente com as palavras proféticas: "Sou o arauto do Grande Rei". Bateram nele e o lançaram numa fossa cheia de neve, dizendo-lhe: "Fica por aí, miserável arauto de Deus". Francisco esperou que fossem embora, saiu da fossa, alegre, recomeçando com mais ânimo ainda sua canção em honra do Senhor (S.Boaventura - Legenda Maior, Cap.2, 5).

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O PRESÉPIO DE GRÉCCIO

Aproximava-se o Natal de 1223 e São Francisco, que sempre venerara com singular devoção o mistério de Deus Menino e que sempre recordava Belém, achando-se no eremitério de Fonte Colombo, disse a João Velita, gentil-homem da Ordem Terceira (OFS), seu amigo e seu admirador como os tinha por toda parte: "Monsior João, se me quiseres ajudar, celebraremos este ano o mais belo Natal que jamais se viu".
"Certo que quero, meu pai".
"Num dos bosques que cercam o eremitério de Gréccio há uma gruta semelhante à de Belém. Quereria representar a cena do Natal e ver com os olhos do corpo a pobreza na qual Jesus Menino veio ao mundo e como foi acomodado em sua manjedoura, ficando entre o boi e o asno. Tenho licença do santo Padre para fazer esta evocação da Natividade do Cristo".
"Compreendi. Deixa tudo por minha conta, meu pai".
Na noite de Natal os sinos do vale de Rieti bimbalhavam festivamente e os habitantes, avisados da nova celebração, acorriam das aldeias, dos castelos, dos casais mais distantes, pelos caminhos saibrosos, sob a cintilação das estrelas, pela noite gelada, mas límpida. Acorriam, levando oferendas como os pastores da Judéia, enquanto dos eremitérios de Fonte Colombo e de Póggio Bustone e de outros lugares vinham os frades em procissão, com tochas acesas, entoando litanias, meio devotos, meio curiosos da grande novidade. Mas quando entraram na gruta preparada pela solicitude de João Velita sob a ardente inspiração de São Francisco, ficaram encantados. Ali está sobre uma pedra para a celebração da missa a manjedoura com as palmas; ali estão o boi e o asno. Não está ainda o Menino, mas à Elevação descerá invisivelmente na Hostia e aquilo que falta, à visão da Virgem, de São José e dos anjos, supre São Francisco, que vestido solenemente de diácono, canta o Evangelho com voz tão musical, clara e harmoniosa, que lembra o Glória celestial que ressoou pelos montes da Judéia naquela noite. Fala depois da Natividade do Rei pobre com tal comoção que ao pronunciar a palavra Belém a sua voz treme como um balido, com tal fervor que a multidão arrebatada crê reviver, a treze séculos de distância, o princípio de nossa salvação. A noite corre toda em festa, toda a selva explende e canta, parece que Jesus Menino retornou realmente sobre a terra.
E alguém o vê. Naquela palha em que os olhos não encontram a sua carne em flor, o beato francisco vê um renascido branco e gélido como um pequenino morto. Toma-o nos braços, aperta-o ao coração, aquece-o, anima-se, abre os olhos, acaricia com as mãozinhas o rosto exangue do seu Pobrezinho. E se São Francisco fala por modo que a todos comove, se sua voz treme como um balido, se sua palavra faz reviver nas imaginações Jesus pequenino qual se estivesse presente, é porque para ele está a divina criança de fato presente, é porque seus braços o apertam, seus olhos o vêem e seu coração se funde de amor e gratidão.

São Francisco de Assis - Maria Sticco - 4ª edição - Editora Vozes - 1974.












quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Formações

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O dogma da Imaculada

A Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original
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Por ter sido escolhida para ser a Mãe do Verbo humanado, a Virgem Maria foi concebida sem o pecado original. A Mãe do Filho de Deus não poderia ter pecado nenhum, pois ela é a mulher saudada pelo Anjo como “a cheia de graça” (gratia plena); nela tudo é graça.

Os padres da Igreja chamam a Mãe de Deus de "a toda santa" ("Pan-hagia"); celebram-na como "imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura" (LG 56). "Bendita és tu entre as mulheres..."(Lc 1,42). O Concílio de Trento confessou que:

“Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado” (DS 1573).

É de notar que em 1476 a Festa da Imaculada Conceição foi incluída no Calendário Romano. Em 1570, o Papa Pio V publicou o Novo Ofício e, em 1708, o Papa Clemente XI estendeu a festa a toda a Cristandade tornando-a obrigatória.

Em 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré, na Capela das filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, e lhe pediu que mandasse cunhar e propagar a devoção à chamada “Medalha Milagrosa”, precisamente com esta inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

O Papa Pio IX na Bula "Ineffabilis Deus", de 8 de dezembro de 1854, pronunciou, solenemente como dogma a verdade que a Igreja tomou conhecimento ao longo dos séculos: Maria, "cumulada de graça" por Deus, foi redimida desde a concepção. Disse o Sumo Pontífice:

"Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis" (DZ 2803).

É fundamental entender que esta santidade absolutamente única da qual Maria é enriquecida desde o primeiro instante de sua conceição lhe vem inteiramente de Cristo: "Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime" (LG 53). Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a "abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor" (Ef 1,4). (cf. Catecismo da Igreja Católica §492).

Isso significa que Nossa Senhora também foi salva pelos méritos de Cristo, mas de maneira diferente de nós. Enquanto nós fomos feridos pelo pecado original, e depois livres dele pelo batismo, a Virgem Maria foi preservada do pecado (como que vacinada). Assim, todos fomos salvos do pecado por Cristo. O fato de Cristo ter nascido depois da Mãe, não O impede de tê-la salvo, pois para Deus o tempo não é um limitador como para nós; Ele é o Senhor do tempo.

É muito significativo que, quatro anos depois de o Papa Pio IX ter proclamado esse dogma, Nossa Senhora se revelou a Santa Bernadete Soubirous, na Gruta de Lourdes desta forma: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Bernadete, pobre menina camponesa, não sabia o que aquilo significava, mas toda a Igreja já conhecia a proclamação do dogma. Maria veio à terra confirmar a verdade e infalibilidade do Papa.

São Bernardino de Sena, falecido em 1444, diz a Virgem Maria:

“Antes de toda criatura fostes, ó Senhora, destinada na mente de Deus para Mãe do Homem Deus. Se não por outro motivo, ao menos pela honra de seu Filho, que é Deus, era necessário que o Pai Eterno a criasse pura de toda mancha” (GM, p. 210).

E pergunta Santo Anselmo, bispo e doutor da Igreja (†1109):

“Deus, que pode conceder a Eva a graça de vir ao mundo imaculada, não teria podido concedê-la também a Maria?”. “A Virgem, a quem Deus resolveu dar Seu Filho Único, tinha de brilhar numa pureza que ofuscasse a de todos os anjos e de todos os homens e fosse a maior imaginável abaixo de Deus” (idem, p. 212).

Santo Agostinho de Hipona, Bispo e doutor da Igreja (†430) disse:

“Nem se deve tocar na palavra “pecado” em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça” (ibidem, p. 215).

Pergunta São Cirilo de Alexandria (370-444), bispo e doutor da Igreja:

“Que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?” (GM, p. 216). Assim Deus jamais permitiu que seu inimigo tocasse naquela em que Ele seria gerado homem”.

Afirma Santo Afonso de Ligório (1787), doutor da Igreja:

“Se conveio ao Pai preservar Maria do pecado, porque Lhe era Filha, e ao Filho porque Lhe era Mãe, está visto que o mesmo se há de dizer do Espírito Santo, de quem era a Virgem Esposa” (GM, p. 218).

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A BEM-AVENTURANÇA DA PENITÊNCIA - Esposos, irmãos e mães de Nosso Senhofr Jesus Cristo

" E eles são filhos do Pai celestial (Mt 5,45), cujas obras fazem, e são esposos, irmãos e mães de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 12,50) ".

O próprio Frncisco explica como aqueles e aquelas que fazem penitência são esposos, irmãos e mães de Nosso Senhor Jesus Cristo: " Somos esposos, quando a alma fiel está unida a Nosso Senhor Jesus Cristo pelo Espírito Santo ". Jesus é visto como esposo por Francisco, mas sempre na comunhão com o Espírito Santo. O Espírito Santo é propriamente o Esposo da alma do fiel, esposo que gera o Filho e nos torna irmãos de Jesus Cristo. Jesus é o esposo, enquanto pelo seu Espírito gera, forma e dá à luz os filhos e filhas de Deus.
Somos seus irmãos,quando fazemos "a vontade do Pai, que está nos céus" (Mt 12,50). Realizar a vontade do Pai consiste em amar a Deus sobre as coisas e ao próximo como a nós memsmos.
Somos mães, quando o trazemos em nosso coração e em nosso corpo (1Cor,20) pelo amor divino e por uma consciência pura e sincera; e o damos à luz pelas obras santas que, pelo exemplo, devem ser luz para os outros (Mt 5,26). Como Maria e com Maria, todo ser humano é chamado a ser mãe de Deus, mãe de Jesus Cristo. O próprio Cristo o afirma no Evangelho: Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática (Lc 8,21).
O
modo como os fiéis podem tornar-se mães, moradas, templos do Senhor vem maravilhosamente sintetizado no n. 5 da Regra da OFS:
Os franciscanos seculares, portanto, procurem a pessoa vivente e operante do Cristo nos irmãos, na Sagrada Escritura, na Igreja e nas ações litúrgicas. A fé de São Francisco, que ditou estas palavras: "Nada vejo corporalmente neste mundo do altíssimo Filho de Deus, senão o seu santíssimo Corpo e o santíssimo Sangue", seja para eles a inspiração e ocaminho da sua vida eucarística.
Ser
mãe do Senhor, a exemplo de Maria, sendo serva, manto morada, tabernáculo, palácio do Senhor, é fruto da atitude de penitência de "odiar o próprio corpo com seus vícios e pecados e receber o Corpo do Senhor". São os dignos frutos de penitência. Nisto está a verdadeira felicidade. Realiza-se o que o anjo disse a Maria: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo (lc 1,28). O Senhor está contigo, o Senhor está em ti. Existe maior felicidade do que esta?!

Meu Deus e meu tudo - Frei Alberto Beckhäuser, ofm - Ed. Vozes - 2001.









quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

DOCUMENTO DE APARECIDA - Aparecida e a Igreja visível de Jesus Cristo

A missão de evangelizar

Em 1974, após o IV Sínodo dos Bispos, Paulo VI publicou a Exortação Apostólica Evangelii Nuntandi, que copletou e ampliou o Decreto ad Gentes, dando à evangelização um fundamento consistente. Sublinhou que a missão de evangelizar "constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade".
A Igreja nasce da missão de Jesus, é enviada por Ele; "é, exatamente, toda a Sua missão e a condição de evangelizador, que ela é chamada a continuar". A missão da Igreja origina-se da missão de Jesus. Jesus não pregou a si mesmo, mas o Reino de Deus: um novo relacionamento fraterno dos homens e mulheres entre si co o Pai. Isto significa que a evangelização se realiza pelos caminhos da história. Ao mesmo tempo, "só uma Igreja evangelizada é capaz de evangelizar". Evangelizadora, coo é, a Igreja começa por se evangelizar a si mesma".
A Evangelii Nuntiandi teve o cuidado de apliar o conceito de evangelização ao afirmar: "Para a Igreja não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos, cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, as de chegarn a atingir e como que a modificar, pela força do Evangelho, os critérios de julgar: os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a palavra de Deus e com o desígnio da salvação".

Evangelizar os "novos areópagos"

A Igreja, com João Paulo II, tomou consciência das repercuções que as mudanças sociais tiveram no quadro missionário. Sociedades pluralistas, vivendo fora da unanimidade socio-cultural-religiosa, sem referenciais cristãos, onde há populações descristianizadas ou pós-cristianizadas e grandes concentrações urbanas, já não estão em contato direto com a Igreja. Enfim, "reproduz-se a situação do Areópago de Atenas". Como São Paulo, precisamos ir a novos Areópagos anunciar o Evangelho, "usando uma linguagem adaptada e compreensivel àquele ambiente!" Esses novos areópagos estão nos "vários campos da civilização e da cultura, passando pela política e a economia". Destaca-se o mundo da comunicação. João Paulo II, na Redemptoris Missio, lembra outros "setores a serem iluminados pela luz do Evangelho", como "o empenho pela paz, o desenvolvimento e a libertação dos povos; a promoção da mulher e da criança; a proteção da natureza". Não se trata, de sermos donos dos areópagos, mas de marcar presença neles, inculturando o Evangelho, com empenho, discernimento, respaldo moral e ético".

(Baseado no livro "As Conferências Episcopais: América Latina e Caribe.
Fr. Nilo Agostini, OFM. Aparecida/SP - Santuário.2007)
Revista Paz e Bem - Ano 48 - Nº 305 - Setembro/Outubro - 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O SERÁFICO PAI É RECOLHIDO PELA IRMÃ MORTE, ENTRA NA VIDA.

Francisco, percebendo que nada mais lhe restava fazer neste mundo, após ter amado tanto a todos e a tudo, pediu para retornar à Porciúncula. A irmã Morte estava vizinha.
Chegado à planície, pediu que o colocassem sobre u'a máca e, dirigindo o seu olhar quase cego para o lado da cidade de Assis, invocou sobre ela e sobre os irmãos a beção de Deus. Como ele amara a cidade de Assis, e como nela foi amado! Se Jesus disse que ninguém é profeta em sua terra, para Francisco ele exceção.
Nos últimos dias de vida, ditou o Testamento, autotestemunho de incalculável valor para a vida e os propósitos deste homem tão singular.
Com a proximidade da morte, pediu que o deitassem nu, no chão, unido à irmã Terra. Depois aceitou emprestado o hábito que o gardião lhe dá. Agradeceu mais esta esmola.
De São Damião veio o recado de Clara, dizendo que gostaria muinto de vê-lo mais uma vez, ao que Francisco respondeu que "ir até lá, não podia mais. Porém, elas o veriam mais uma vez".
Pediu que chamassem frei Ângelo e frei Leão, para lhe cantarem mais uma vez o Cântico do Irmão Sol. E várias vezes pedia que o repetissem, e ele acrescentava a estrofe da irmã Morte.
Francisco lembrou-se de uma grande amiga romana, Jacoba de Settesoli, viúva de um patrício romano e mãe de dois filhos. Ao ir a Roma, Francisco se afeiçoara a ela e ela a ele. Gostava de ir à sua casa conversar e comer uns docinhos especiais que Jacoba sabia fazer. "Vão a Roma, e contem à senhora Jacoba a minha situação. Ela gostará de saber. E peçam que ela traga uma túnica e aquele doce de amêndoa que me preparava quando eu ia a Roma". Mal acabou de falar, batem à porta. É Jacoba que chegava. Tinha sido avisada do estado do pai Francisco. Pela lei, nenhuma mulher podia ter acesso à Porciúncula, mas Francisco fez exceção, dizendo: "A proibição não vale para ela. Deixem entrar "frei Jacoba". Jacoba entrou, feliz por ver o grande amigo, abraçou-o com ternura, chorou e oferece-lhe a veste e o doce, que Francisco não pode mais comer.
Francisco pediu que lhe trouxessem um pão, partiu-o e deu um pedaço a cada um dos presentes, em sinal de amor mútuo e de paz dizendo: "Eu fiz a minha parte. Que Cristo vos ensine a fazer a vossa". Fez ler o Evangelho da Última Ceia e abençoou os filhos seus. Presentes e futuros.
Na tarde de 3 de outubro de 1226, o mundo perdia seu filho mais original, mais santo, o único homem amado em todo o mundo e em todos os tempos. Francisco morreu, morreu cantando. "Frei" Jacoba foi chamada por um irmão: "Vem para que possas ter nos braços, depois de morto, aquele a quem tanto amaste quando vivo". Foi ela a primeira pessoa que teve acesso a seu corpo, que foi colocado em seu colo, e ela ficou como Maria com o Filho morto. Jacoba viu as dolorosas chagas de Francisco. Chorava, gemia, soluçava e o abraçava ternamente. Jacoba nunca mais o esqueceu. Pouco depois veio morar em Assis, ali permanecendo até a morte.
Francisco tinha pedido para ser enterrado no cemitério dos criminosos, mas não o obedeceram. No dia seguinte, 4 de outubro, foi sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis. Antes o cortejo fúnebre passou pelo mostreiro de São Damião, para a despedida de Clara e das Senhoras Pobres. Cumpria-se assim a promessa de Francisco de que Clara o veria ais uma vez. O corpo do Santo foi erguido, para que Clara e as claríssas pudessem vê-lo bem. E como choraram a falta do amigo querido! Clara e Jacoba, estas duas grandes mulheres, passaram os longos anos que lhes restaram de vida na saudade de Francisco.
No dia 16 de julho de 1228, o grande amigo franciscano Hugolino, agora Papa Gregório IX, vai pessoalmente a Assis para canonizar Francisco. O pai Francisco é agora o universal São Francisco de Assis.

São Francisco, o poeta da criação, Pe José Artuíno Besen - Ed. Mundo e Missão - 2005.









Olhar Ecológico: Celebremos São Francisco de Assis

Olhar Ecológico: Celebremos São Francisco de Assis

HINO DAS LAUDES DO DIA DE S.FRANCISCO DE ASSIS (Liturgia das Horas)

No céu Francisco fulgura,
cheio de glória e de luz,
trazendo em seu corpo as chagas,
sinais de Cristo e da Cruz.

Seguindo o Cristo na terra,
pobre de Cristo se faz,
na cruz com Cristo pregado,
torna-se arauto da paz.

Pelo martírio ansiando,
tomou a cruz do Senhor:
do que beijou no leproso
contempla agora o esplendor.

Despindo as vestes na praça,
seu pai na terra esqueceu,
reza melhor o Pai-nosso,
junta tesouros no céu.

Tendo de Cristo a pureza,
mais do que o sol reluzia,
e, como o sol à irmã lua,
Clara em seu rastro atraía.

Ao Pai e ao Espírito glória
e ao que nasceu em Belém.
Deus trino a todos conceda
os dons da cruz: Paz e Bem.

domingo, 3 de outubro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SÃO FRANCISCO, O JARDINEIRO DO REINO DE DEUS

O jardineiro é aquele que cuida do jardim, promove o encontro da semente com a terra, vê brotar a semente, rega as plantinhas mas poda também, Quando necessário.Enfim, é aquele que investe seu tempo, sua vida, na arte de cuidar das plantas e flores.
O jardineiro do Reino de Deus é aquele que cuida do Planeta Terra: cuida das plantas, árvores, flores e ervas. Cuida com o mesmo carinho da terra e da água, porque sem estas fontes de vida não brotam as flores, não colhemos alimentos, tudo se torna estéril. E tudo isso ele faz com grande zelo e carinho, para que o Reino de Deus aconteça aqui e agora. Assim agindo, cuida das pessoas, da felicicidade das pessoas diante do belo que a natureza proporciona.
Francisco sentia imensa alegria diante das flores, vendo sua beleza e sentindo seu perfume. E, quando encontrava muintas flores juntas, pregava para elas e as convidava a louvar o Senhor como se fossem racionais. Da mesma forma, convidava com muinta simplicidade os trigais e as vinhas, as pedras, os bosques e tudo o que há de bonito nos campos, as nascentes e tudo o que há de verde nos jardins, a terra e o fogo, o ar e o vento, para que tivessem muinto amor e fossem generosamente prestativos.
Francisco tornou sua realidade algo concreto. O concreto se vê, se olha, se contempla. Ao olhar o mundo com os olhos de Deus, percebe que o que vê solicita cuidado. Francisco vê o mundo como um imenso santuário. Todas as criaturas são sagradas porque onde há vida há um pedacinho de Deus. E porque a fonte de toda a vida é Deus, Francisco vê, respeita e ama todas as criaturas como irmãs.
Vejamos:
"Quando lavava as mãos, escolhia um lugar onde a água das abluções não viesse a ser pisada".
"Quando caminhava sobre pedras, São Francisco fazia-o com temor e respeito, por amor daquele que é chamado a Pedra Angular".
"Ao irmão que ia cortar a lenha para o fogo, recomendava que não cortasse a árvore toda, mas que deixasse sempre alguns ramos para que a vida continuasse brotando".
"Ao irmão hortelão dizia, que não ocupasse todo o terreno com plantas comestíveis, mas deixasse parte, para produzir plantas que, a seu tempo, dessem as irmãs flores".
"Tinha tanta caridade, que seu coração se comovia, não só com as pessoas que passavam necessidade, mas também com os animais: os répteis, os pássaros e as outras criaturas sensíveis e insensíveis. Mas entre todos os animais, tinha uma predileção pelos cordeirinhos, porque a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo foi comparada, muintas vezes, na Bíblia ao cordeiro".

Ana Maria Rodrigues Lima, OFS
Revista Paz e Bem, ano 48-Nº 305 - Setembro/Outubro - 2010









domingo, 12 de setembro de 2010

OS ESTÍGMAS

Celebramos a festa dos estígmas ou chagas de S. Francisco no dia 17 de setembro. E foi assim que tal fato aconteceu: "Numa estadia que fez no eremitério chamado Alverne, que tem esse nome por causa de sua localização, dois anos antes de entregar sua alma ao céu, teve uma visão de Deus em que viu um homem, com aparência de Serafim de seis asas, que pairou acima dele com os braços abertos e os pés juntos, pregado numa cruz. Duas asas elevavam-se sobre a cabeça, duas estendiam-se para voar e duas cobriam o corpo inteiro. Quando o servo do Altíssimo viu isso ficou muitíssimo admirado, mas não compreendia o sentido dela. Sentia um grande prazer e uma alegria enorme por ver que o Serafim olhava para ele com bondosso e afável respeito. Sua beleza era indizível, mas o fato de estar pregado na cruz e a crueldade de sua paixão atormentavam-no totalmente. Assim se levantou, triste e ao mesmo tempo alegre, alternando em si mesmo os sentimentos de alegria e de dor. Tentava descobrir o significado da visão e seu espírito estava muinto ansioso para compreender o seu sentido. Sua inteligência ainda não tinha chegado a nenhuma clareza, mas seu coração estava inteiramente dominado por esta visão, quando, em suas mãos e pés começaram a aparecer, assim como as vira pouco antes no homem crucificado, as marcas de quatro cravos.
Suas mãos e pés pareciam atravessados bem no meio pelos cravos, aparecendo as cabeças no interior das mãos e em cima dos pés, com as pontas saindo do outro lado. Os sinais eram redondos no interior das mãs e longos no lado de fora, dixando ver um pdaço de carne como se fossem pontas de cravos entortadas e rebatidas, saindo parafora da carne. Também nos pés estavam marcados os sinais dos cravos, sobressaindo da carne. O lado direito parecia atravessado por uma lança, com uma cicatriz fechada que muintas vezes soltava sangue, de maneira que sua túnica e suas calças estavam muintas vezes banhadas no sagrado sangue.
Infelizmente, foram muinto poucos os que mereceram ver a ferida sagrada do seu peito, enquanto viveu crucificado! Feliz foi Frei Elias, que a viu diversas vezez durante a vida do santo. Não menos feliz foi Frei Rufino, que a tocou com suas próprias mãos. Porque uma ves em que Frei Rufino pôs as mãos no peito do santo homem para friccioná-lo, sua mão escorregou, como costuma, para o lado direito, e tocou por acaso a preciosa cicatriz. A dor que o santo sentiu não foi pequena, e afastando a mão clamou a Deus para que o poupasse.
Pois tinha muinto cuidado em esconder essas coisas dos estranhos, e ocultava-as mesmo dos mais chegados, de maneira que até os irmãos que eram seus companheiros e seuidores mais devotados não souberam delas por muinto tempo.

(1Cel, cap.3,94-segundo livro)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Porto Alegre : Festa de São Francisco 2010

17 set., sexta-feira, 19h: Festa das Chagas de S. Francisco

30 set., quinta-feira, 19h: 1º dia do tríduo
01 out., sexta-feira, 19h: 2º dia do tríduo
02 out., sábado, 17h e 19h: 3º dia do tríduo
03 out., domingo, 19h: Trânsito de São Francisco de Assis
04 out., segunda-feira: Festa de São Francisco

09h30min: Missa
15h: Benção das Criaturas e Procissão
19h: Missa e Procissão Luminosa

Igreja São Francisco de Assis
R. Domingos Crescêncio esq. Rua São Luis Bairro Santana
tel. 3223-3244

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

POR QUE E COMO FAZER O RETIRO ESPIRITUAL?

Frei Almir Ribeiro Guimarãe, OFM (RJ)
Assistente Espiritual Nacional da OFS

1. Ninguém duvida da importância e da necessidade que todos os irmãos e irmãs venham a fazer seu retiro espiritual anual. Trata-se de uma prática saudável e imprescindível para aqueles que querem viver a perfeição da caridade na vida evangélica franciscana. A poeira dos caminhos vai cobrindo nosso ideal. É urgente parar, parar de verdade.
2. O retiro não é um encontro fraterno, sem mais. Não é dia de estudo. Não é cdurso de psicologia. Retiro é retiro.
3. O retiro é tempo de recolhimento, de fazer uma viagem ao fundo do coração, de deixar as coisas cotidianas e se adentrar no mistério de Deus. Neste tempo aflora em nossa mente a eterna pergunta: "O que tu queres de mim, Senhor?" Com o passar do tempo o que andamos fazendo de nossa vida? Estamos sendo fiéis às promessas de nossa profissão?
4. Palestras, círculos, momentos de reflexão pessoal, celebrações, sacramento da penitência compõem a estratégia do retiro. As palestras não serão longos demais, nem numerosas. Abordarão temas da vida cristã e do seguimento e do seguimento do Cristo na vida franciscana. Não são abordados assuntos "curiosos. Importante que um irmão ou um assistente espiritual nos ajude. Normalmente, terminada a reflexão, seria de bom alvitre o recolhimento, o expor-se ao Santíssimo a comparação doq ue foi dito com a vida de quem ouve. Os momentos de silêncio são fundamentais e não um luxo. Há os que desejam um retiro totalmente em silêncio. Há os que preferem também momentos de encontro entre os irmãos e, colóquios fraternos e em partilha espiritual.
5. Parece bom que os irmãos possam fazer um bom exame de sua consciência e tenham ocasião de receber o sacramento do perdão.
6. Muintas vezes os retiros começam na noite de 6ª feira e vão até o domingo depois do almoço. Menos tempo não seria bom. Bom mesmo seria se os irmão e irmãs pudessem dormir no local do retiro... Diria mais: ideal se pudessem organizar um retiro mais rigoroso e umas outras duas vezes, no primeiro e segundo semestre tardes de recolhimento, por exemplo, em preparação para a páscoa e para o natal. Tudo isso visa despertar nossa fé. A falta de motivação para a vida cristã e franciscana pode ser sanada quando o coração reencontra o primeiro amor. Fazemos retiro para alimentar a chama do nosso fervor.
7. Não podemos descuidar. Um texto franciscano que busca levar o irmão ao fundo do coração, assim se exprime: " Preparar uma morada para Ele exige uma revisão do uso do tempo, procurando espaços de gratuidade e liberdade para si e para a Fraternidade; exige o cultivo de leituras adequadas; exige dar tempo para a oração. Haveremos sempre de examinar esta dimensão em nossos projetos de vida fraterna..."
"Quem reencontra o caminho do coração e se dirige às regiões da profundidade começa um novo êxodo ou empreende uma viagem como a de Abraão: deixa suas seguranças, sua parentela, a terra firme em que costumava pisar e se dirige a horizontes novos que Deus haverá de lhe indicar". Os que praticam o retiro acolhema visita do Inesperado.



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Brasil Franciscano: [Leitura Orante ou] Lectio Divina

Brasil Franciscano: [Leitura Orante ou] Lectio Divina: "por Helber Clayton* Muitos já ensinaram sobre a Lectio Divina, sua origem, seus passos, seus objetivos. Sobre o tema é fácil d..."

Brasil Franciscano: Francisco e o Evangelho

Brasil Franciscano: Francisco e o Evangelho: "Reflexão para o mês da Bílblia Setembro, mês da Bíblia, Outubro mês de nosso padroeiro São Francisco. Como essas duas celebrações podem con..."

domingo, 22 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

COMO S. FRANCISCO RECEBEU O CONSELHO DE SANTA CLARA E DO SANTO FREI SILVESTRE DE QUE DEVIA, PREGANDO, CONVERTER MUINTA GENTE ( E FUNDOU A OFS).

O humilde servo de Cristo S. Francisco, pouco tempo depois de sua conversão, tendo já reunido e recebido na Ordem muintos companheiros, entrou a pensar muinto e ficou em dúvida sobre o que devia fazer, se somente entregar-se à oração, ou bem a pregar algumas vezes: sobre isso desejava muinto saber a vontade de Deus. E porque a humildade que tinha não o deixava presumir de si nem de suas orações, pensou de conhecer a vontade divina por meio das orações, pensou de conhecer a vontade divina por meio das orações dos outros. Pelo que chamou Frei Masseo e desse-lhe assim: "Vai a Soror Clara e dize-lhe da minha parte que ela com algumas das mais espirituais companheiras rogue devotamente a Deus seja de seu agrado mostrar-me o que mais me convém: se me dedicar à pregação ou somente à oração. E depois vai a Frei Silvestre e deze-lhe o mesmo". Este fora no século (mundo) aquele monsior Silvestre, que vira uma cruz de ouro sair da boca de S. Francisco, a qual era tão alta que ia até o céu e tão larga que tocava os extremos do mundo. Era este Frei Silvestre de tanta devoção e de tanta santidade, que tudo quanto pedia a Deus obtinha e muintas vezes falava com Deus; e por isso S. Francisco tinha por ele grande devoção. Foi Frei Masseo, e conforme a ordem de S. Francisco, deu conta da embaixada primeiramente a Santa Clara e depois a Frei Silvestre. O qual, logo que a recebeu, imediatamente se pôs em oração e, rezando, obteve a resposta divina, e voltou a Frei Masseo e disse-lhe assim: "Isto disse Deus para dizeres ao irmão Francisco: que Deus não o chamou a este estado somente para si, mas para que ele obtenha fruto das almas e que muintos por ele sejam salvos". Obtida esta resposta, Frei Masseo voltou a Santa Clara para saber o que ela tinha conseguido de Deus; e respondeu que ela e outra companheira tinham obtido de Deus a mesma resposta que tivera Frei Silvestre. Com isto tornou Frei Masseo a S. Francisco, e S. Francisco o recebeu com grandíssima caridade, lavando-lhe os pés e preparando-lhe o jantar. E depois de comer, S. Francisco chamou Frei Masseo ao bosque e aí, diante dele, se ajoelhou e tirou o capuz, pondo os braços em cruz, e perguntou-lhe: "Que é que ordena que eu faça o meu Senhor Jesus Cristo?" Respondeu Frei Masseo: " Tanto a Frei Silvestre como a Soror Clara e à irmã, Cristo respondeu e revelou que sua vontade é que vás pelo mundo a pregar, porque ele não te escolheu para ti somente, mas ainda para a salvação dos outros". E então S. Francisco, ouvindo aquela resposta e conhecendo por ela a vontade de Cristo, levantou-se com grandíssimo fervor e disse: "Vamos em nome de Deus". E tomou como companheiro a Frei Masseo e a Frei Ângelo, homens santos. E caminhando com ímpeto de espírito, sem escolher caminhos nem atalhos, chegaram a um castelo que se chamava Savurniano, e S. Francisco se pôs a pregar e primeiramente ordenou às andorinhas que cantavam, que fizessem silêncio até que ele tivesse pregado; e as andorinhas obedeceram. E ali pregou com tal ferver que todos os homens e todas as mulheres daquele castelo, por devoção, queriam seguir atrás dele e abandonar o castelo. Mas S. Francisco não permitiu, dizendo-lhes: "Não tenhais pressa e nãopartais; e ordenarei o que deveis fazer para a salvação de vossas almas". E então pensou em criar a Ordem Terceira para a universal salvação de todos.

I Fioretti, Cap. 16

Obs. A Ordem Terceira chama-se hoje, por força da Regra aprovada por Paulo VI, ORDEM FRANCISCANA SECULAR (OFS). A primeira Regra da Ordem Terceira foi aprovada em 1221.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

RESTAURAÇÃO DA IGREJA DE SÃO DAMIÃO. A VIDA DAS RELIGIOSAS QUE ALI MORAVAM.

A primeira obra que o bem-aventurado Francisco empreendeu depois que obteve total liberdade da parte de seu pai carnal foi edificar a casa de Deus. Mas não a reconstruiu de novo, consertou o que era velho, reparou o que era antigo. Não desfez os alicerces mas edificou sobre eles, reservando essa prerrogativa, mesmo sem pensar, ao Cristo: ninguém pode pôr outro fundamento senão o que foi posto: Cristo Jesus.
Voltou pois ao lugar em que, como dissemos, fora construída antigamente uma igreja de São Damião. Com a graça do Altíssimo, reparou-a cuidadosamente em pouco tempo.
Essa foi aquela casa feliz e abençoada em que teve auspicioso início a família religiosa e nobre Ordem das Senhoras Pobres e santas virgens, quase seis anos depois da conversão do bem-aventurado Francisco e por seu intermédio. Nela estabeleceu-se Clara, natural de Assis, como pedra preciosa e inabalável, alicerce para as outras pedras que haveriam de sobrepor. Pois já tinha começado a existir a Ordem dos Frades quando essa senhora foi convertida para Deus pelos conselhos do santo homem, servindo assim de estímulo e modelo para muintas outras. Foi nobre de nascimento e muinto mais pela graça. Foi virgem no corpo e puríssima no coração; jovem em idade mas amadurecida no espírito. Firme na decisão e ardentíssima no amor de Deus. Rica em sabedoria, sobressaiu na humildade. Foi Clara de nome de, mais clara por sua vida e claríssima em suas virtudes.
Sobre ela foi edificada uma estrutura das mais preciosas pérolas, cujo louvor não vem dos homens mas de Deus. É impossível compreendê-la com nossa estreita inteligência e apresentá-la em poucas palavras.
Antes de tudo, elas possuem a virtude da mútua e constante caridade, que a tal ponto une suas vontades que, vivendo em número de quarenta ou cinquenta em um mesmo lugar, parecem ter uma só vontade e uma só opinião. Brilha também em cada uma a jóia da humildade, que conserva os dons recebidos do céu e lhes merece outras virtudes. O lírio da virgindade e da pureza perfuma-as todas, a ponto de esquecerem os pensamentos terrenos e desejarem apenas meditar nos celestiais. Essa fragância acende em seus corações tão grande amor pelo Esposo eterno, que a sinceridade desse afeto sagrado apaga todas as lembranças da vida passada. São exornadas de tão grande pobreza que nunca se permitem satisfações no comer e no vestir, mas só o que é de necessidade extrema.
Adquiriram a graça especial da abstinência e do silêncio, a ponto de não precisarem esforçar-se para coibir os apetites carnais e refrear a língua. Algumas delas já se desacostumaram tanto de falar que, quando precisam, mal conseguem lembrar-se de como se formam as palavras. Todas são adornadas pela virtude da paciência, de modo que nenhuma adversidade ou moléstia chega a perturbá-las ou alterá-las. Afinal, chegaram a tal nível de contemplação, que nela aprendem tudo o que devem fazer ou deixar de fazer e aprenderam a se arrebatar por Deus, dedicando a noite e o dia aos louvores divinos e à oração. Digne-se o eterno Deus, com sua santa graça, dar conclusão ainda mais santa a esse santo começo. Baste por enquanto isso que dissemos sobre as virgens consagradas ao Senhor, devotas servas de Cristo, pois sua vida admirável e a glroriosa instiutição que receberam do Papa Gregório, quando ainda era bispo de Óstia, pedem uma obra à parte. ( I Cel, Cap.8).
















domingo, 8 de agosto de 2010

O FRANCISCANISMO SECULAR E SEU LUGAR NO MUNDO

O Capítulo Eletivo da OFS de Manaus, realizado entre os dias 20 e 23 de agosto de 2009, teve como tema a presença do franciscanos secular no mundo. Franciscano Secular, qual é o teu lugar no mundo de hoje? E o lema se exprimia desta maneira: Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-o. Nos últimos muinto se tem falado e escrito a respeito do assunto. Insiste-se, com razão, no cunho secular dos irmãos e irmãs da OFS.
Esta reune leigos e leigas. Trata-se de um movimento secular. Documentos, textos, temas de encontros insistem na secularidade da espiritualidade franciscana dos terceiros. Estamos na era dos leigos. A OFS não é um movimento apenas de pessoas piedosas, mas uma rede internacional de pessoas que vivenciam seu encontro com Cristo e sua fé no mundo. Fazem até uma promessa/profissão/compromisso de viver o Evangelho no coração das realidades terrestres. O lugar do franciscano secular é o grande mundo, o mundo das transformações sociais, culturais e religiosas.
Nem sempre os franciscanos seculares conseguem chegar a uma maturidade humana e cristã em sua qualidade de leigos. Os formadores procurarão fazer de sorte que eles não sejam clérigos ou religiosos disfarçados, mas leigos, verdadeiramente leigos. Um leigo maduro é aquele que assume o seu papel transformador na família, no ambiente em que vive, nas atividades da Igreja próprias à sua condição. Necessário refletir sobre o leigo nos documentos da Igreja. O Documento de Aparecida pode ser de muinta ajuda nesse sentido. Importante também que, nas reuniões, se use o método do ver, julgar e agir a fim de que todos possam ter espírito crítico deiante de uma realidade que precisa ser iluminada e transformada pela força do Evangelho, Evangelho esse professado como regra de vida dos seculares franciscanos.
Os franciscanos seculares precisam ser capazes de mostrar, através de atitudes e palavras, que não dão seu aval a uma sociedade consumista, exploradora dos pequenos, cultuadora do prazer e defensora de uma provisioridade que destrói o compromisso na vida. Queremos, de modo particular pela vida concreta da fraternidade à maneira de Francisco, lutar contra o individualismo que penetrou já no sacrário de nossa interioridade. Não somos mais seres fraternos.
O primeiro lugar do franciscano secular é sua família: esposo e esposa profundamente cristãos; educação dos filhos para uma vida digna, mas despojada, singela, franciscana; instauração da Igreja doméstica, casas onde as pessoas se interagem pelas pessoas, de modo especial os parentes mais necessitados e os visinhos que mais precisam. Sem uma família renovada e cristã o mundo dificilmente se transforma. No seio da família também se haverá de rever o delicado tema da sexualidade. Pensemos em família e pensemos em vizinhança.
Os franciscanos seculares trabalham de maneira diferente. Não visam apenas dinheiro e lucro. Trabalham para servir. Trabalham e lutam para que trabalhadores sejam respeitadoss em sua dignidade de homem, o mundo, a natureza, a água, o verde sejam respeitados e conservados. O serviço de preservação e cuidado pela natureza não é um luxo. Nossas Fraternidades estarão unidas a todos os esforços para a preservação do meio ambiente.
O lugar do franciscano secular é de modo especial onde estão os mais abandonados: doentes, idosos, pobres envergonhados, pecadores, pessoas que foram abandonadas por seus familiáres, minorias sofredoras. Todas as Fraternidades, dentro do possível, deveriam ter alguns dos seus membros cuidando dos mais carentes, sem pretenção de aparecer, de receber elogios e reconhecimento.
O lugar do franciscano é o mundo todo. Há terceiros nas cátedras das universidades, nas escolas de filosofia, no ateliê das costureiras, nos partidos políticos, na construção de prédios e abertura de estradas, trabalhando nas repartições públicas e nos balcões do comércio. Tudo é bom para quem ama a Deus seraficamente como Francisco. Duas atitudes haverão de acompanhar o franciscano no mundo: humildade-minoridade e espírito de fraternidade. Estas posturas tornam bela a vida franciscana secular.
A força e o vigor das reuniões da fraternidade ajudam na linha da descoberta da missão no mundo. O Assistente, de modo especial, haverá de ajudar os leigos a não se adaptarem aos esquemas do mundo. Com efeito, os que se deixam tocar pelo Evangelho de Jesus não pertencem ao mundo da concorrência doentia, da aparência, do lucro. Não se conformam com este mundo. São irmãos e irmãs da penitência. Levam a sério o caminho da conversão. Sabem que a conversão leva à vida.

Ler Documento de Aparecida números 65 e 469

Artigo de Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Revista Paz e Bem, pág. 10 - Novembro/Dezembro - 2009

sábado, 7 de agosto de 2010

O estilo de vida dos inícios

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

Aos poucos as irmãs, instaladas em São Damião, vão descobrindo o seu caminho. Não nos esqueçamos que, nesse início, elas eram não eram mais do que três. A descrição que segue é de Chiara Giovanna Cresmaschi, no seu sólido trabalho Chiara di Assisi. Un silenzio chi grida (p. 51ss). Tudo simples, sem “manual de uso”. Um vida inventada, iluminada pelo carisma de Francisco. Uma novidade na Igreja.

1. Vida eremítica fraterna

• Entre as três companheiras não há uma autoridade em sentido estrito, mesmo que seja Clara, com seu exemplo, quem vai abrindo o caminho. Pode-se dizer que o gênero de vida experimentado ali se assemelha ao que, mais tarde, Francisco descreveria na sua pequena Regra para os eremitérios. As três irmãs assumem, cada uma a seu turno, o papel de Maria, dedicando-se à contemplação e, depois o de Marta, que se ocupa daquilo que é necessário para a vida de todos os dias, ou seja, o trabalho.

• Pode-se dizer que, ao longo do dia, as irmãs rezavam partes da Liturgia das Horas seguida de uma vigília noturna. Não se pode afirmar que a recitação de todas as partes da Liturgia das Horas se fazia, desde o começo, em São Damião. Não se deve esquecer que o preço dos livros para o ofício era tão caro quanto à compra de um campo. Por isso, havia o costume de se copiar à mão os textos da liturgia, o que demandava tempo e produzia cansaço. Para os frades menores, isso se tinha tornado materialmente mais fácil com a chegada dos primeiros irmãos sacerdotes, que podiam colocar à disposição seus breviários para serem pacientemente copiados.

• Assim, nos primórdios de São Damião sobrava muito tempo para a oração pessoal, para deixar que a Palavra chegasse ao fundo do coração e conduzisse ao diálogo silencioso com o Tu divino na contemplação de seu mistério.

• Perto de São Damião moravam frades que pediam esmolas de porta em porta, também para a sobrevivência das irmãs. No começo o resultado do peditório não era grande coisa. Os frades não contavam ainda com a simpatia da população. Havia também uma desconfiança para com essas mulheres que tinham deixado suas belas residências na cidade para viverem daquela maneira tão indigente, tão indigna de sua classe social. Devido ao fato de terem pouca coisa para cozinhar, sobrava tempo para a irmã da cozinha se dedicar à oração. Logo se cultivará uma pequena horta com verduras e legumes para a subsistência das irmãs. A falta de bens materiais não é motivo de tristeza, mas causa de alegria. Incentivadas por Clara, as irmãs simples e alegremente se aproximam do “mesa do Senhor” e rendem graças na alegria do Espírito. O entusiasmo dos começos facilita suportar a situação, mas é Cristo Jesus quem lhes dá força. A contemplação de Cristo em todos os seus mistérios e vivamente presente, como que respirado naquele clima de silêncio, é que alimenta a comunhão de amor com o Deus Trino e as irmãs.

2. Como os menores

• Estas mulheres aristocráticas fazem uma opção de classe. Colocam-se voluntariamente entre os últimos da sociedade, daqueles que não têm direitos e a todos estão sujeitos. A escolha da veste já revela sua condição social. No dia-a-dia da vida procuram adquirir a mentalidade do pobre que coloca toda a sua confiança no Senhor. Foram, com efeito, aprendendo a espiritualidade do pobre através da meditação dos salmos e do seu relacionamento com os deserdados que batiam à porta pedindo um pedaço de pão. Mesmo vivendo de esmolas partilhavam com os outros a riqueza de sua pobreza. Pobres voluntariamente elas experimentam praticamente a insegurança a respeito do amanhã como a mãe que não sabe como alimentar nos dias seguintes os filhos famintos. Fazem, assim, a importante experiência da insegurança. Clara e suas irmãs compreendem a força da palavra do Evangelho: aquele que nutre os pássaros dos céus e veste os lírios do campo não deixará faltar roupa e alimento para os que a ele se confiam (cf. Mt 6,26-28). Esta passagem vai aparecer mais tarde no Privilégio da Pobreza.

3. Três irmãs num único Amor

• A atitude do pobre, que tudo espera do Pai, está estreitamente associada à solidariedade típica dos camponeses. Vivem as irmãs juntas, reunidas pelo mesmo Espírito, e sabem que ele continua sendo derramado em suas vidas no seu dia-a-dia. A necessidade de inventar um caminho próprio a ser percorrido, um estilo próprio de vida faz com que as irmãs se dediquem o mais possível à oração silenciosa, porque somente o diálogo com Este que as irmãs querem seguir apaixonadamente abrirá caminhos. Era necessário discernir. O estar juntas, a concreteza de serem irmãs para as quais basta um olhar, uma mão que se estende para ajudar a que um peso seja mais facilmente carregado, essa condição de fraternidade ou se sororidade se faz no diálogo. Assim, de modo informal, sem prescrições pormenorizadas, começa a tomar corpo aquilo que depois se denominaria de Capítulo semanal. No momento havia a escuta da Palavra e a certeza de como esta se torna vida. Há também a consciência da própria fraqueza buscando a ajuda fraterna. Não poderia deixar de haver uma conversa a respeito da organização da vida de cada dia, como a busca de solução para perguntas que iam surgindo. Nasce assim o fazer juntos, a corresponsabilidade que emergirá da Forma de Vida de Clara e que constitui uma das características mais essenciais e singulares para a sua época. Trata-se de um modo de estarem juntas pouco estruturado, marcado por uma calorosa comunhão fraterna que nada perderá de seu ardor quando as irmãs se tornarem mais numerosas e se revestirá de modalidades mais minuciosas. Calor humano favorecido pelo fato que elas se conhecem e fazem aparecer os traços de uma amizade no Espírito. Cria-se um clima familiar.

4. O trabalho

• Um dos aspectos da vida que era muito levado em consideração era a questão do trabalho. As irmãs se ocupavam em fiar, tecer e bordar. Normalmente se pode crer que tinham os instrumentos para o trabalho. O destino do resultado ou do fruto do trabalho será decidido mais tarde. Desde o início, ficou claro que as irmãs deveriam trabalhar com as próprias mãos. Seria marca de seu estilo de vida. Será preciso esperar o andar da história para que reflita os pormenores da concepção clariana do trabalho.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FRANCISCO E INOCÊNCIO III

E assim, a Ordem dos Frades Menores foi crescendo. Francisco, quando eles já eram doze, à semelhança do apóstolos que também foram doze, resolveu partir com eles para Roma, a fim de pedir a benção do Papa e a aprovação de sua Regra, ou forma de vida. A Regra continha trechos do Evangelho, ao qual eles queriam seguir piamente. E para la partiram com seus andrajos e pés descalços. Iam alegres pela estradas empoeiradas e cheias de pedras, atravessavam rios, e iam cantando os louvores do Senhor. Iam se apresentar ao grande Papa Inocêncio III. Inocêncio III foi o Papa de maior poder de toda a história da Igreja. Apresentaram-se com ajuda de um bispo que os conheciam. Entraram com seus trajes maltrapilhos, remendados, diante do Papa e sua Corte. Corte papal com seus cardeais vestidos de seda e púrpura fina. Ali se encontrava o grande e poderoso Papa e o pobrezinho de Assis. Perguntado o que queriam, Francisco lhe entregou um escrito com alguns versículos do Evangelho. Os cardeais e bispos se indignaram com a presença de tal grupo e disseram que oque eles queriam não era viável. Como podem querer viver na pobreza total, sem posses.
Inocêncio III então se lembrou de um sonho que tivera na noite passada. Ele viu que uma coluna da basílica de São João de Latrão, a catedral do Papa, estava ruindo e colocava em risco toda a Basílica, ameaçando derrubá-la. Então apareceu um homem pobre e mal vestido que se coloca no lugar da coluna e, com seu ombro a sustém. O Papa, então, reconhece em Francisco aquele homem. A basílica representa toda a Igreja, que estava em risco. Então o Papa diz aos seus pares: " Meus irmãos! Se disermos que é impossível observar o que eles pedem, devemos então admitir que é impossível viver o Evangelho". Então, Inocêncio III desce de seu trono e beija os pés de Francisco, aprova a sua Regra de Vida e os depede dizendo: " Podem ir irmãos! E quando forem mais numerosos, voltem para que eu vos dê encargos ainda maiores". Tudo isso aconteceu para a Glória de Deus. Paz e Bem!

sábado, 17 de julho de 2010

A PREGAÇÃO DO EVANGELHO E O ANUNCIO DA PAZ. CONVERSÃO DOS SEIS PRIMEIROS FRADES.

...Então Francisco começou a pregar a todos a peniténcia, com grande fervor de espírito e alegria da alma, edificando os ouvintes com a linguagem simples e a nobreza de coração. Sua palavra era um fogo ardente que penetrava o íntimo do coração e enchia de admiração todas as inteligências. Parecia todo transfigurado, e olhando para o céu desdenhava ver a terra. Foi admirável que tivesse começado a pregar onde em criança aprendera a ler, no mesmo lugar em que haveria de ser sepultado com toda a honra, augurando o feliz começo uma conclusão ainda mais feliz. Ensinou onde tinha aprendido e completou o que tinha iniciado.
Em todas as pregações, antes de propor aos ouvintes a palavra de Deus, invocava a paz dizendo: "O Senhor vos dê a paz". Anunciava-a sempre a homens e mulheres, aos que encontrava e aos que lhes iam ao encontro. Dessa forma, muintos que tinham desprezado a paz, como também a salvação, pela cooperação do Senhor abraçaram a paz de todo o coração, fazendo-se também eles filhos da paz, desejosos da salvação eterna.
Entre estes, o primeiro que seguiu o santo foi um homem de Assis, de vida piedosa e simples. Depois dele, também Frei Bernardo abraçou a missão de paz, correndo alegremente a ganhar o reino dos céus. Entre os seis primeiro estavam também Frei Egídio e Frei Filipe que completou esse número. Para a glória de Deus. Amém!


segunda-feira, 24 de maio de 2010

COMO AQUELES QUE RECEBERAM O PODER PARA ISSO DEVEM JULGAR OS OUTROS


Os que estão investidos do poder de julgar os outros exerçam o cargo de juiz com piedade assim como eles mesmos esperam obter do Senhor a misericórdia. "Porque sem misericórdia será julgado quem não fez misericórdia" (Tg 2,13).
Sejamos pois caridosos e humildes e façamos esmola porque esta lava a alma das manchas do pecado (Tb 4,11). Os homens enfim perdem tudo o que deixam neste mundo. Mas levam consigo o fruto da caridade e as esmolas que tiverem feito e o Senhor lhes dará por elas o prêmio e recompensa condigna (Adm. 5 - Escr. de S. Francisco).

terça-feira, 18 de maio de 2010

DA COMPAIXÃO PARA COM O PRÓXIMO

Bem-aventurado o homem que suporta o seu próximo com suas fraquezas tanto quanto quisera ser suportado por ele se estivesse na mesma situação (Adm. 18 - Escr. de São Francisco).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

DA VERDADEIRA CARIDADE

Bem-aventurado o servo que ama o seu confrade (irmão) enfermo, que não lhe pode ser útil, tanto como ao que tem saúde e está em condições de lhe prestar serviços. Bem-aventurado o servo que tanto ama e respeita o seu confrade quando está longe como se estivesse perto nem diz na ausência dele coisa alguma que não possa dizer na sua presença sem lhe faltar à caridade (Adm.25 - Escr.de S.Francisco)

DOCE É SENTIR!

domingo, 16 de maio de 2010

FANCISCO, RECONSTROI A MINHA CASA!

Francisco era um jovem alegre e por isso foi coroado rei da juventude de Assis, pela sua turma de amigos jovens. Mas sua vida foi se transformando e já não ligava muinto para esses folguedos.
Havia, nos arredores de Assis, várias igrejas ( ou capelas) abandonadas e em ruínas. Caminhando certa vez pelos campos nos arredores da cidade, encontrou a igrejinha de São Damião,a qual estava em péssimo estado. Entrando, encontrou lá um crucifíxo em estilo bizantino. Ao se ajoelhar para rezar, ouviu nitidamente o crucificado dizer: "Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Reconstroi a minha casa". Francisco não pensa duas vezes. Levanta-se e vai reconstruir a igreja de São Damião. Vai pelas ruas de Assis pedindo pedras para a reconstrução e diz: "Quem der uma pedra receberá uma graça; quem der duas, ganhará duas graças".
Mas não era dessa igreja de pedra e argamassa que Jesus estava falando, mas da Igreja nos seus membros. Paz e bem!

DA IMITAÇÃO DE CRISTO

Consideremos todos, meus irmãos, o Bom Pastor que, para salvar suas ovelhas, sofreu a paixão da cruz. As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação, na perseguição, no opróbio, na fome, na sede, na enfermidade, na tentação e em todo o mais, e receberam por isso do Senhor a vida eterna. É pois uma grande vergonha para nós outros servos de Deus, terem os santos praticado tais obras, e nós querermos receber honra e glória somente por contar e pregar o que eles fizeram

SAUDAÇÃO À MÃE DE DEUS (S. Francisco de Assis)

Salve,ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem!
Salve, ó palacio do Senhor!
Salve, ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve,ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis em (servos) fiéis de Deus!

sábado, 15 de maio de 2010

HOUVE UM JOVEM CHAMADO FRANCISCO...

Houve um jovem chamado Francisco, que viveu na Idade Média, na cidadezinha de Assis, na Úmbria - Itália. Recebeu na pia batismal o nome de João Batista mas, em atenção de sua mâe, D. Pica, que era francesa seu pai, Pedro Bernadoni, chamava-o de Francisco (Francesco = francesinho). Seu pai era rico comerciante de Assis no ramo de tecidos, os quais ele trazia da França e outros locais. Ele pertencia à classe dos comerciantes que estava emergindo. O sonho de seu pai era que ele se tornasse um Cavaleiro, para que assim sua família ganhasse um título de nobreza. Por duas vezes ele foi vestido com uma belíssima armadura e foi para a guerra. A primeira vez a guerra entre Assis e Perúgia; depois foi para Apúlia em outra empreitada de tal porte. Mas, ele sempre sentia um grande vazio dentro de si.
Certa vez ouviu a voz do Senhor que lhe perguntou: "Francisco, porque serves ao servo, ao invés de servir ao Senhor?" Ele voltou para casa doente e, em sua convalescencia, começou a meditar naquelas palavras. A partir daí, começou a sua converção.

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO

Grande e magnifíco Deus, meu Senhor Jesus Cristo, iluminai o meu espírito e dissipai as trevas da minha alma, dai-me uma fé íntegra, uma esperança firme e uma caridade perfeita. Concedei meu Deus, que eu vos conheça muinto para poder agir sempre segundo os vossos ensinamentos e de acordo com a vossa Santíssima vontade. Amém!