Estando agora livre dos laços que o prendiam aos desejos terrenos, em seu desprezo pelo mundo, Francisco abandonou a cidade natal e procurou um lugar onde pudesse ficar a sós, alegre e despreocupado. Aí na solidão e no silêncio poderia ouvir as revelações secretas de Deus. Ia dessa forma pela floresta, alegre e cantando em francês os louvores do Senhor, quando dois ladrões surgiram do cerrado e caíram sobre ele. Ameaçaram-no e perguntaram quem ele era, mas ele respondeu corajosamente com as palavras proféticas: "Sou o arauto do Grande Rei". Bateram nele e o lançaram numa fossa cheia de neve, dizendo-lhe: "Fica por aí, miserável arauto de Deus". Francisco esperou que fossem embora, saiu da fossa, alegre, recomeçando com mais ânimo ainda sua canção em honra do Senhor (S.Boaventura - Legenda Maior, Cap.2, 5).

terça-feira, 24 de maio de 2011

Documento de Aparecida - Aparecida e a Igreja visível deJesus Cristo

A missão de evangelizar

E 1974, após o IV Sínodo dos Bispos, Paulo VI publicou a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, que completou e ampliou o Decreto Ad Gentes, dando à evangelização um fundamento consistente. Sublinhou que a missão de evangelizar "constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade".
A Igreja nasce da missão de Jesus, é enviada por Ele; "é, exatamente, toda a Sua missão e a condição de evangelizador, que ela é chamada a continuar". A missão da Igreja origina-se da missão de Jesus. Jesus não pregou a si mesmo, mas o Reino de Deus: um novo relacionamento fraterno dos homens e mulheres entre si e com o Pai. Isto significa que a evangelização se realiza pelos caminhos da história. Ao mesmo tempo, "só uma Igreja evangelizada é capaz de evangelizar". "Evangelizadora, como é, a Igreja começa por se evangelizar a si mesma".
A Evangelii Nuntiandi teve o cuidado de ampliar o conceito de evangelização ao afirmar: "Para a Igreja não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos, cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas de chegar a atingir e como que a modificar, pela força do Evangelho, os critérios de julgar: os valores que contam, os centros de interesses, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação".

Evangelizar os "novos areópagos"

A Igreja, com João Paulo II, toou consciência das repercussões que as mudanças sociais tiveram no quadro missionário. Sociedades pluralistas, vivendo fora da unanimidade socio-cultural-religiosa, sem referenciais cristãos, onde há populações descristianizadas ou pós-cristianizadas e grandes concentrações urbana, já não estão em contáto direto com a Igreja. Enfim, "reproduz-se a situação do Areópago de Atenas". Como São Paulo, precisamos ir a novos Areópagos anunciar o Evangelho, "usando uma linguagem adaptada e copreensível àquele ambiente!" Esses novos Areópagos estão "nos vários campos da civilização e da cultura, passando pela política e a economia". Destaca-se o mundo da comunicação. João Paulo II, na Redemptoris Missio, lembra outros "setores a serem iluminados pela luz do Evangelho", como "o empenho pela, o desenvolvimento e a libertação dos povos, a promoção da mulher e da criança; a proteção da natureza". Não se trata de sermos donos dos areópagos, mas de marcar presença neles, inculturando o Evangelho, com empenho, discernimento, respaldo moral e ético".

(Baseado no livro "As Conferências Episcopais: América Latina e Caribe. Fr Nilo Agostini OFM. Aparecida SP - Santuário 2007)
Revista Paz e Bem, Set/Out 2010




























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