A Igreja nasce da missão de Jesus, é enviada por Ele; "é, exatamente, toda a Sua missão e a condição de evangelizador, que ela é chamada a continuar". A missão da Igreja origina-se da missão de Jesus. Jesus não pregou a si mesmo, mas o Reino de Deus: um novo relacionamento fraterno dos homens e mulheres entre si e com o Pai. Isto significa que a evangelização se realiza pelos caminhos da história. Ao mesmo tempo, "só uma Igreja evangelizada é capaz de evangelizar". "Evangelizadora, como é, a Igreja começa por se evangelizar a si mesma".
A Evangelii Nuntiandi teve o cuidado de ampliar o conceito de evangelização ao afirmar: "Para a Igreja não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos, cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas de chegar a atingir e como que a modificar, pela força do Evangelho, os critérios de julgar: os valores que contam, os centros de interesses, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação".
Evangelizar os "novos areópagos"
A Igreja, com João Paulo II, toou consciência das repercussões que as mudanças sociais tiveram no quadro missionário. Sociedades pluralistas, vivendo fora da unanimidade socio-cultural-religiosa, sem referenciais cristãos, onde há populações descristianizadas ou pós-cristianizadas e grandes concentrações urbana, já não estão em contáto direto com a Igreja. Enfim, "reproduz-se a situação do Areópago de Atenas". Como São Paulo, precisamos ir a novos Areópagos anunciar o Evangelho, "usando uma linguagem adaptada e copreensível àquele ambiente!" Esses novos Areópagos estão "nos vários campos da civilização e da cultura, passando pela política e a economia". Destaca-se o mundo da comunicação. João Paulo II, na Redemptoris Missio, lembra outros "setores a serem iluminados pela luz do Evangelho", como "o empenho pela, o desenvolvimento e a libertação dos povos, a promoção da mulher e da criança; a proteção da natureza". Não se trata de sermos donos dos areópagos, mas de marcar presença neles, inculturando o Evangelho, com empenho, discernimento, respaldo moral e ético".
(Baseado no livro "As Conferências Episcopais: América Latina e Caribe. Fr Nilo Agostini OFM. Aparecida SP - Santuário 2007)
Revista Paz e Bem, Set/Out 2010
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