Estando agora livre dos laços que o prendiam aos desejos terrenos, em seu desprezo pelo mundo, Francisco abandonou a cidade natal e procurou um lugar onde pudesse ficar a sós, alegre e despreocupado. Aí na solidão e no silêncio poderia ouvir as revelações secretas de Deus. Ia dessa forma pela floresta, alegre e cantando em francês os louvores do Senhor, quando dois ladrões surgiram do cerrado e caíram sobre ele. Ameaçaram-no e perguntaram quem ele era, mas ele respondeu corajosamente com as palavras proféticas: "Sou o arauto do Grande Rei". Bateram nele e o lançaram numa fossa cheia de neve, dizendo-lhe: "Fica por aí, miserável arauto de Deus". Francisco esperou que fossem embora, saiu da fossa, alegre, recomeçando com mais ânimo ainda sua canção em honra do Senhor (S.Boaventura - Legenda Maior, Cap.2, 5).

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Festa do Perdão

Antiga tradição criada por São Francisco de Assis

ASSIS, terça-feira, 31 de julho de 2012 (ZENIT.org) - São Francisco disse: “Meus irmãos, eu quero enviar todo mundo para o paraíso!”. Foi a origem da Festa do Perdão, que, em 1º e 2 de agosto, se estende a todas as igrejas franciscanas do mundo.

A porciúncula de Assis, pequena igreja dedicada a Santa Maria dos Anjos, representa há cerca de oito séculos, para cada fiel em Cristo, uma “porta” para a vida eterna. Em 1216, São Francisco teve nesse lugar significativo uma inspiração sobre a própria vocação, vislumbrou o começo da Ordem dos Frades Menores e recebeu a jovem Clara de Assis na vida consagrada.

E nessa igreja que ele tanto amava, Francisco pediu e obteve do Senhor o maior dos seus presentes: o perdão. Não somente para si mesmo, mas para todos aqueles que o pedissem de coração contrito e arrependidos dos pecados cometidos.

A aprovação por parte da Igreja veio com o papa Honório III. Com ela, Francisco anunciou entusiasmado a todos os fiéis reunidos, conforme ilustrado no quadro de Ilario no interior da igreja da porciúncula: “Meus irmãos, eu quero enviar todo mundo para o paraíso!”.

O Perdão de Assis viu convergir para a igrejinha uma multidão cada vez maior de peregrinos, a ponto de ser necessária a construção de uma basílica adequada para recebê-los: a atual basílica papal de Santa Maria dos Anjos, que guarda em seu interior, como um tesouro, a pequena porciúncula.

Atualmente, é possível conseguir todos os dias a indulgência plenária na porciúncula, para si próprio ou para as almas dos defuntos. As condições são a confissão sacramental, a comunhão eucarística, a oração do creio, do pai-nosso e de uma prece pelas intenções do Santo Padre. Esta possibilidade se estende do meio-dia de 1º de agosto a todo o dia 2 de agosto, em todas as igrejas franciscanas espalhadas pelo mundo.

É uma forma de realizar o sonho de São Francisco de Assis: dar a todos a possibilidade de ultrapassar o limiar do paraíso.
 Trad. ZENIT

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