O jardineiro do Reino de Deus é aquele que cuida do Planeta Terra: cuida das plantas, árvores, flores e ervas. Cuida com o mesmo carinho da terra e da água, porque sem estas fontes de vida não brotam as flores, não colhemos alimentos, tudo se torna estéril. E tudo isso ele faz com grande zelo e carinho, para que o Reino de Deus aconteça aqui e agora. Assim agindo, cuida das pessoas, da felicicidade das pessoas diante do belo que a natureza proporciona.
Francisco sentia imensa alegria diante das flores, vendo sua beleza e sentindo seu perfume. E, quando encontrava muintas flores juntas, pregava para elas e as convidava a louvar o Senhor como se fossem racionais. Da mesma forma, convidava com muinta simplicidade os trigais e as vinhas, as pedras, os bosques e tudo o que há de bonito nos campos, as nascentes e tudo o que há de verde nos jardins, a terra e o fogo, o ar e o vento, para que tivessem muinto amor e fossem generosamente prestativos.
Francisco tornou sua realidade algo concreto. O concreto se vê, se olha, se contempla. Ao olhar o mundo com os olhos de Deus, percebe que o que vê solicita cuidado. Francisco vê o mundo como um imenso santuário. Todas as criaturas são sagradas porque onde há vida há um pedacinho de Deus. E porque a fonte de toda a vida é Deus, Francisco vê, respeita e ama todas as criaturas como irmãs.
Vejamos:
"Quando lavava as mãos, escolhia um lugar onde a água das abluções não viesse a ser pisada".
"Quando caminhava sobre pedras, São Francisco fazia-o com temor e respeito, por amor daquele que é chamado a Pedra Angular".
"Ao irmão que ia cortar a lenha para o fogo, recomendava que não cortasse a árvore toda, mas que deixasse sempre alguns ramos para que a vida continuasse brotando".
"Ao irmão hortelão dizia, que não ocupasse todo o terreno com plantas comestíveis, mas deixasse parte, para produzir plantas que, a seu tempo, dessem as irmãs flores".
"Tinha tanta caridade, que seu coração se comovia, não só com as pessoas que passavam necessidade, mas também com os animais: os répteis, os pássaros e as outras criaturas sensíveis e insensíveis. Mas entre todos os animais, tinha uma predileção pelos cordeirinhos, porque a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo foi comparada, muintas vezes, na Bíblia ao cordeiro".
Ana Maria Rodrigues Lima, OFS
Revista Paz e Bem, ano 48-Nº 305 - Setembro/Outubro - 2010
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