Em 1974, após o IV Sínodo dos Bispos, Paulo VI publicou a Exortação Apostólica Evangelii Nuntandi, que copletou e ampliou o Decreto ad Gentes, dando à evangelização um fundamento consistente. Sublinhou que a missão de evangelizar "constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade".
A Igreja nasce da missão de Jesus, é enviada por Ele; "é, exatamente, toda a Sua missão e a condição de evangelizador, que ela é chamada a continuar". A missão da Igreja origina-se da missão de Jesus. Jesus não pregou a si mesmo, mas o Reino de Deus: um novo relacionamento fraterno dos homens e mulheres entre si co o Pai. Isto significa que a evangelização se realiza pelos caminhos da história. Ao mesmo tempo, "só uma Igreja evangelizada é capaz de evangelizar". Evangelizadora, coo é, a Igreja começa por se evangelizar a si mesma".
A Evangelii Nuntiandi teve o cuidado de apliar o conceito de evangelização ao afirmar: "Para a Igreja não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos, cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, as de chegarn a atingir e como que a modificar, pela força do Evangelho, os critérios de julgar: os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a palavra de Deus e com o desígnio da salvação".
Evangelizar os "novos areópagos"
A Igreja, com João Paulo II, tomou consciência das repercuções que as mudanças sociais tiveram no quadro missionário. Sociedades pluralistas, vivendo fora da unanimidade socio-cultural-religiosa, sem referenciais cristãos, onde há populações descristianizadas ou pós-cristianizadas e grandes concentrações urbanas, já não estão em contato direto com a Igreja. Enfim, "reproduz-se a situação do Areópago de Atenas". Como São Paulo, precisamos ir a novos Areópagos anunciar o Evangelho, "usando uma linguagem adaptada e compreensivel àquele ambiente!" Esses novos areópagos estão nos "vários campos da civilização e da cultura, passando pela política e a economia". Destaca-se o mundo da comunicação. João Paulo II, na Redemptoris Missio, lembra outros "setores a serem iluminados pela luz do Evangelho", como "o empenho pela paz, o desenvolvimento e a libertação dos povos; a promoção da mulher e da criança; a proteção da natureza". Não se trata, de sermos donos dos areópagos, mas de marcar presença neles, inculturando o Evangelho, com empenho, discernimento, respaldo moral e ético".
(Baseado no livro "As Conferências Episcopais: América Latina e Caribe.
Fr. Nilo Agostini, OFM. Aparecida/SP - Santuário.2007)
Revista Paz e Bem - Ano 48 - Nº 305 - Setembro/Outubro - 2010